“Onde está o Brasil no debate internacional?” é tema da 3ª oficina do Grupo de Trabalho Mulheres no Serviço Público

20/08/2024 às 15:47

Na última quinta, 08, realizamos a 3ª oficina do Grupo de Trabalho Mulheres no Serviço Público, que debateu sobre o lugar do Brasil no cenário internacional em relação às políticas de incentivo à equidade de gênero no Serviço Público. Na ocasião, o debate foi conduzido por Sandra Naranjo, líder em Gestão Pública na Gerência de Instituições para o Desenvolvimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O encontro reuniu 42 pessoas com o objetivo de refletir e dialogar sobre o cenário transversal da ocupação de cargos públicos por mulheres.

Segundo o estudo “Mulheres líderes no setor público da América Latina e do Caribe: lacunas e oportunidades”, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Brasil apresenta 18,6% de participação de mulheres em cargos de liderança, participação considerada muito baixa quando comparado aos outros países latinoamericanos, utilizado pela embaixadora do GT durante a apresentação. 

Na ocasião, as participantes foram divididas em grupos que discutiram sobre cases de outros países, levantando os pontos positivos e negativos das propostas, analisando a circunstância política dos países e comparando com a realidade do Brasil perante o mundo. O caso colombiano, por exemplo, foi um dos centros do debate, pois o país está muito perto de alcançar a  participação paritária entre homens e mulheres, analisando os ângulos verticais e horizontais de hierarquia dos cargos públicos que mostram uma ausência de segregação.

Neste 3º encontro do GT Mulheres no Serviço Público, o objetivo foi promover uma avaliação comparativa dos desafios diante dos cases com outros países. O que vemos em primeira análise é que as características gerais de baixa participação feminina em cargos de liderança se repetem na grande maioria dos países ocidentais, não sendo uma realidade exclusivamente brasileira.

Na apresentação de Sandra Naranjo, foram abordados dados para avaliar a posição do Brasil nesse debate no contexto internacional. 

recorte de apresentação do grupo de trabalho mulheres no serviço público

Fonte: estudo “Mulheres líderes no setor público da América Latina e do Caribe: lacunas e oportunidades”, do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Um dos estudos base para o conteúdo da oficina foi o projeto “ATENEA – Mecanismo para acelerar a participação política das mulheres”, realizado pela parceria entre a área de gênero do Centro Regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para a América Latina e Caribe, ONU Mulheres e IDEA Internacional e lançado em 2014. Com o objetivo de promover uma ferramenta para estimular o avanço da igualdade de acesso e exercício dos direitos políticos das mulheres sob uma perspectiva paritária, sua implementação implica o desenvolvimento de quatro estratégias específicas e inter-relacionadas, chamadas de “pilares” do mecanismo (informação, análise, comunicação e ação). 

Na perspectiva da coleta de informações, o Índice de Paridade Política (IPP) mede a situação do exercício dos direitos políticos das mulheres sob a perspectiva paritária, a partir de oito dimensões de análise e 40 indicadores. A partir daí são geradas pontuações (entre 0 e 100 para cada indicador), que permitem a comparação entre países. A pontuação média obtida pelo Brasil em todas as dimensões relacionadas ao avanço no exercício dos direitos políticos das mulheres desde uma perspectiva paritária foi de 39,5 pontos. Com ela, o Brasil ocupa o nono lugar de uma lista de 11 países. A pontuação é considerada baixa, estando à frente apenas de Chile e Panamá. 

recorte de apresentação do grupo de trabalho mulheres no serviço público

Fonte: projeto ATENEA – Mecanismo para acelerar a participação política das mulheres.

Conheça nosso estudo “Desigualdade de gênero em cargos de liderança no executivo federal